Pó nos livros? Livre-se dele!

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É comum que os livros acumulem pó com o passar do tempo, mas existem algumas formas de os limpar e evitar crises alérgicas.
Saiba quais.

Às vezes deixamos livros antigos, clássicos da literatura e outros títulos curiosos, esquecidos na prateleira e quando temos vontade de lhes pegar e folheá-los surge um problema. Muito pó já se acumulou nos livros e o nosso nariz é o primeiro a perceber-se – e reagir – às partículas.

Para quem tem alergias respiratórias esse simples contacto pode ser ainda pior e desencadear fortes crises. Então, como fazer para limpar os livros antes de os manusear e garantir também uma estante sem pó?

Existem duas orientações principais:

  • Prevenir o acumular de pó, com limpezas periódicas no local;
  • E no caso de livros já empoeirados ter cuidado ao retirar partículas, evitando tanto estragos no material como a inalação do ar contaminado.

Pó e Alergias

Segundo o Colégio Americano de Alergia, Asma e Imunologia (ACAAI), os ácaros, organismos minúsculos que não podem ser vistos a olho nu, são fontes habituais de alergias.

Além dos ácaros, os mofos, que se instalam em ambientes húmidos e com pouca ventilação, também podem desencadear crises alérgicas, problemas respiratórios e até infeções.

Em bibliotecas, os efeitos da instalação do mofo dão-se pelo enfraquecimento das fibras encontradas no papel e pela produção de manchas.

Para encontrar a origem do mofo é importante procurar possíveis locais de vazamento, goteiras ou outras fontes de humidade, tais como sistemas de ventilação ou mesmo junto a estantes que estiverem encostadas às paredes.

Depois deve ser feita a devida manutenção dos vazamentos e estruturas, bem como uma limpeza adequada da área afetada. Para prevenir o ressurgimento essa área deve ser bem ventilada e ter a humidade controlada.

‘Dicas’ sobre cuidados a ter com os livros

De acordo com o Museu Victoria & Albert, instituição londrina dedicada às artes e ao design, a ‘regra de ouro’ é não guardar livros em sótãos e porões, mantendo as caixas ligeiramente afastadas do chão e das paredes. Isto para criar uma ‘corrente de ar’ que ajude a evitar danos por insectos e mofo.

O ideal é remover livros das prateleiras para limpá-los, uma ou duas vezes por ano, mas se uma coleção sofrer com um maior acumular de pó pode ser necessário adaptar a frequência de limpeza.

Será que passar apenas um pano é o suficiente? E deve estar seco ou húmido?

Ainda segundo o citado museu, a orientação é pegar num livro de cada vez e mantê-lo firmemente fechado, para que a sujidade não entre nas páginas, usando uma escova de cerdas macias para limpar levemente o pó. A limpeza deve seguir sempre no sentido contrário à lombada do livro e como o topo é geralmente o mais sujo deve ser limpo primeiro, procedendo depois para o restante do livro.

Materiais para a limpeza

Em caso de exemplares pouco sujos e mais conservados os panos são uma opção, mas devem preferir-se os magnéticos, pois não possuem químicos ou outras substâncias nocivas para os livros. Mas atenção: em obras com bordas danificadas, cobertos de fuligem ou demasiado sujos, é melhor evitar esses panos para não estender os prejuízos.

Outra opção, caso o livro esteja muito sujo, é utilizar aspiradores de pó (preferencialmente com filtro HEPA), colocando um acessório de escova macia.

Deve ter-se o mesmo cuidado ao aspirar livros com páginas danificadas ou enrugadas, para não levar a sujidade para dentro do livro ou não aspirar fragmentos das páginas.

Limpar os livros prolonga sua vida útil, tendendo a reduzir a proliferação de insetos e mofo, entre outros potenciais danos para as coleções.

Mas atenção!

O Centro de Conservação de Documentos do Nordeste (NEDCC – EUA), especializado no tratamento de coleções feitas de papel ou pergaminhos, explica que apesar dos benefícios, os procedimentos de limpeza podem danificar encadernações frágeis, páginas quebradiças e couro descascado.

Limpar os livros mas não só

Uma vez finalizado o processo com os livros, é essencial limpar o ambiente onde estes se encontram. Assim, chega a vez das prateleiras, os elementos essenciais de qualquer biblioteca, das residenciais aos grandes espaços públicos. Espanadores de penas, ou mesmo um espanador magnético, não devem ser usados porque apenas redistribuem o pó, tornando necessárias novas limpezas.

Produtos de limpeza em spray podem ser usados ​​em vez de água, mas devem proteger-se os itens e prateleiras ao redor durante a pulverização, já que alguns podem danificar os papéis devido aos seus óleos, detergentes ou pH.

Por fim, deve limpar-se o chão à volta das estantes. Para isso recomenda-se utilizar ou um aspirador (de preferência com filtro HEPA), ou um esfregão levemente húmido, de forma a evitar que se levante pó.

E por último: a higienização

Em tempos de COVID-19 deve ter-se cuidado com as higienizações, também no que toca aos livros. Alguns especialistas dizem que não é recomendado limpar acervos literários utilizando produtos como desinfetantes, cloro e álcool, seja em aerossol ou líquidos. Isto porque estes produtos podem afectar os livros através da oxidação, dissolução de tintas, de anotações, desbotamento da cor, etc.

Livros que possam ter sido expostos ao vírus da COVID-19, algumas recomendações são as mesmas que para as pessoas: quarentena e isolamento. Aliás estão aí bons companheiros de quarentena: os livros!

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