Como melhorar a qualidade do ar que respiramos?

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Medir a qualidade do ar é o primeiro passo para uma vida mais saudável. Para isso, tanto o Governo como nós temos de agir de forma a reduzir os níveis de poluição atmosférica

Só para ilustrar, de acordo com o Índice de Performance Ambiental da Universidade de Yale e de Columbia (EUA), a Finlândia, Austrália, Suécia, Islândia e Noruega são os cincos países com melhor qualidade do ar. Neste índice, que reúne 180 países, Portugal figura em 15º lugar. Uma classificação positiva, não há dúvida. Ainda assim, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) estima que a poluição do ar seja responsável pela morte de 6.000 portugueses todos os anos.

Como medir a qualidade do ar?

Em Portugal, a avaliação é feita através de Redes de Medição da Qualidade do Ar – constituídas por estações de monitorização da qualidade do ar (EMQAr).  A partir desta análise é gerado um índice de qualidade (QualAR), que permite conhecer o estado do ar. Após a avaliação dos resultados é necessário adequar o comportamentos e ações, de forma a melhorar a saúde da população.

A população portuguesa pode também acompanhar a previsão da qualidade do ar diariamente. Além do website é possível ter a aplicação QualAr no seu telemóvel ou tablet, que permite verificar, em tempo real, tanto a previsão da qualidade do ar como ainda:

  • Avisos e conselhos de saúde, em função do índice QualAr previsto;
  • Alertas quando a previsão do Índice é “Fraco” ou “Mau”, nos seus locais de interesse;
  • Se há a ocorrência de algum incêndio ativo na sua localização.

O serviço de previsão da qualidade do ar é fornecido pela Universidade de Aveiro, em parceria com o Serviço de Monitorização Atmosférico Copernicus (CAMS).

Poluição do ar e saúde

Segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar mata cerca de sete milhões de pessoas em todo o mundo a cada ano. Maior parte da população global (99%) respira ar altamente poluído, excedendo os limites das diretrizes da OMS.

Nas crianças, isto pode ter um impacto negativo. Ou seja, refletindo-se no desenvolvimento físico, função pulmonar, infecções respiratórias e asma agravada. Ao mesmo tempo, nos adultos a doença cardíaca isquémica e o derrame cerebral são as causas mais comuns de morte prematura.

Também têm surgindo evidências de outros efeitos da exposição ao ar poluído, como: diabetes e condições neurodegenerativas. Ou seja, isto coloca as doenças associadas à poluição do ar em pé de igualdade com outros grandes riscos globais para a saúde, como uma dieta não saudável e o tabagismo.

De onde vem a poluição?

As fontes de poluição do ar são variadas e específicas, dependendo do contexto. As principais fontes incluem energia residencial para cozinhar e aquecer, circulação de veículos, geração de energia, agricultura, incineração de resíduos e indústria.

Por isso são importantes leis, iniciativas e investimentos que ajudem a reduzir as principais fontes de poluição, ao apoiarem:

  • A integração do uso sustentável da terra;
  • Transportes e casas com energia limpa;
  • Casas com eficiência energética;
  • Geração de energia mais limpa e eficiente;
  • Melhor gestão de resíduos municipais.

As políticas para a redução da poluição do ar apresentam uma estratégia vantajosa para ambas as partes. Isto é, tanto para o clima quanto para a saúde. Em suma, reduzem a carga de doenças associadas à poluição do ar e contribuem para a redução a curto e longo prazo das mudanças climáticas.

Como reduzir a poluição nas cidades?

Sob o mesmo ponto de vista, a Aliança de Saúde e Meio Ambiente (Health and Environmental Alliance – HEAL) sugere algumas mudanças de hábitos para melhorar a qualidade do ar e reduzir a poluição nos centros urbanos. A primeira é criar cidades para pessoas, não para carros. Isto é:

  • Deixar os centro das cidades apenas para tráfego de peões;
  • Incentivar a população a andar a pé e de bicicleta;
  • Fornecer alternativas de transportes públicos – as cidades sem carros precisam de opções de transporte público confiáveis, económicas e ‘verdes’.

Por fim é necessário aumentar os espaços verdes urbanos. Isto porque as árvores podem ajudar a reduzir o ruído e a poluição do ar, além de amenizar o calor. Visto que são locais ideais para relaxar, refletir e incentivam a atividade física, os espaços verdes promovem também a saúde mental e física das pessoas, reduzindo a morbidade e mortalidade.

Como garantir o ar limpo dentro de casa?

De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), a maneira mais eficaz de melhorar a qualidade do ar no interior das residências é eliminar as fontes individuais de poluição ou reduzir as suas emissões. Ou seja, realizar a limpeza e substituição de equipamentos e estruturas que sejam grandes emissores de poluentes. Outra forma é aumentar a quantidade de ar que entra em casa, por meio da ventilação (mantendo a atenção para a qualidade do ar exterior).

Resumindo, faça escolhas conscientes e evite a emissão desnecessária de poluentes. Solicite às autoridades competentes alternativas favoráveis a uma melhor qualidade do ar. Não só para garantir o controlo, mas também para assegurar a redução da poluição atmosférica.

Quer na rua, quer dentro das nossas casas, todos merecemos respirar um ar limpo.

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