Álcool em Gel: A importância de o usar corretamente

Álcool em Gel

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O álcool em gel conquistou o seu espaço e faz parte da nossa rotina diária. Mas será que ele apresenta riscos de alergia para a pele? Saiba como o usar corretamente.

O álcool em gel foi sempre um produto destinado à limpeza, para evitar a propagação de microrganismos, como bactérias e vírus. Não é, portanto, uma novidade no nosso dia a dia. Contudo, a frequência da sua utilização cresceu exponencialmente desde o início da pandemia de COVID-19.

Quem antes aplicava o produto nas mãos apenas em situações ocasionais, agora costuma transportar consigo uma pequena embalagem de álcool gel para usar antes e depois de tocar em qualquer superfície de contacto coletivo.

A recomendação da DGS é de que sempre que possível, como medida preventiva, lave as mãos com água e sabão pelo menos durante 20 segundos. E que quando não houver essa possibilidade, se utilize uma solução à base de álcool com 70% de concentração, para desinfectar as mãos.

Mas será que todos os produtos têm a mesma eficácia? E ainda, devemos tomar cuidado ao utilizá-los?

Por que é que o álcool é eficaz no combate aos microrganismos?

A eficácia dos higienizadores de mão à base de álcool depende de uma série de fatores, incluindo o tipo de álcool usado, concentração, tempo de contacto, quantidade utilizada, e se as mãos estão devidamente secas.

Segundo a OMS, não há uma definição da quantidade ideal, no entanto se as mãos ficarem logo secas após serem esfregadas por 10 a 15 segundos, é provável que tenha usado uma quantidade insuficiente.

Quanto ao álcool em baixas concentrações (menores que 60%), será ineficaz no combate aos microrganismos.

Entretanto, muitos estranham o fato de que o álcool mais eficiente para desinfeção esteja na concentração de 60% a 80%, e não em concentrações mais altas, ou até puro. Isto acontece porque a presença de água no produto (em quantidade ideal no álcool 70%) atrasa a evaporação do álcool, garantindo que ele esteja em contacto com os microrganismos por tempo suficiente para os inativar.

Além disso, a água mantém as membranas dos microrganismos hidratadas durante a ação do álcool. Pelo contrário, na ausência da água o álcool apenas desidrata essas membranas, sem que ocorra a inativação dos microrganismos.

Que impacto pode o álcool ter na pele?

É importante considerar quais os efeitos, na pele, do uso constante de produtos de higiene, como o álcool e o álcool gel. Dependendo do lugar onde se habita – se é quente, frio, húmido ou seco – o corpo pode ter diferentes reações. Uma das mais comuns é o ressecamento da pele, deixando as mãos mais ásperas.

A OMS ressalta que existem, de forma geral, dois tipos principais de reações cutâneas associadas à higiene das mãos. Um deles é a dermatite de contacto irritante, cujos sintomas podem variar de leves a graves, incluindo secura, irritação, comichão e até rachaduras e sangramento.

O segundo tipo é a dermatite de contacto alérgica, muito mais rara e que aparece devido à alergia a algum ingrediente do produto de higiene utilizado nas mãos. Os sintomas também variam de leves e localizados, a graves e generalizados. E, na sua forma mais severa, este tipo de dermatite pode estar associado a dificuldade respiratória e outros sintomas de anafilaxia.

No entanto é importante saber que a dermatite de contacto alérgica ao álcool é bastante rara. E quando as reações alérgicas ocorrem, elas podem estar associadas ao próprio álcool, ou a impurezas e outros ingredientes presentes no produto.

De referir que os modernos higienizadores de mão à base de álcool já possuem substâncias hidratantes que previnem o ressecamento da pele.

Estudos têm demonstrado que a higienização correta das mãos com soluções à base de álcool e álcool gel, que contenham hidratantes, tende a causar menor sensibilização, irritação e ressecamento na pele do que a lavagem com água e sabão ou detergentes. A fórmula em gel também reduz o risco de incêndios, já que em caso de acidentes a propagação do gel é mais lenta que nas fórmulas líquidas.

Alguns cuidados

De forma a evitar eventuais reações alérgicas a indicação é de que deve:

  • Selecionar produtos menos irritantes, com menos ingredientes e que mantenham a hidratação da pele;
  • Evitar certas práticas que aumentam o risco de irritação da pele, tais como a lavagem com água quente ou o contacto com substâncias tóxicas ou alergénicas, etc.;
  • Aplicar hidratantes para a pele após a limpeza das mãos, sobretudo em tempo muito frio ou com ar muito seco (baixa humidade relativa).

Deste modo, apostar em loções e cremes com humectantes, gorduras e óleos, irá ajudar a aumentar a hidratação da pele e substituir os lípidos (gorduras) alterados ou esgotados, que contribuem para a função protetora da pele. O uso regular também ajuda a prevenir e tratar possíveis dermatites de contacto irritante, causadas por produtos de higienização das mãos.

Como usar o álcool gel nas mãos:

  • Esfregue o álcool gel em toda a superfície das mãos e dedos até que estejam secas;
  • Supervisione as crianças pequenas durante o uso dos higienizadores à base de álcool;
  • Não enxágue ou limpe o álcool gel antes de secar, porque isso pode atrapalhar a ação desinfetante;
  • Não o utilize para limpar/desinfetar as superfícies;
  • Guarde-o em locais longe das crianças e conserve-o a temperaturas abaixo de 40° C;
  • Não use as soluções à base de álcool se as suas mãos estiverem visivelmente sujas ou gordurosas – por exemplo, depois de fazer jardinagem, brincar ao ar livre, pescar ou acampar. Nesses casos dê preferência à lavagem das mãos com água e sabão.

Concluindo, os produtos de higiene podem ser, de facto, um grande aliado das nossas rotinas, especialmente em tempo de cuidados redobrados com a transmissão de vírus. Siga as orientações dos órgãos de saúde e proteja-se de forma segura!

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