Há quem ame o verão e quem se preocupe com possíveis inconvenientes que a época mais quente do ano pode trazer. Entre as preocupações está a incidência ou piora de alguns tipos de alergias na pele, especialmente dermatites atópicas e urticárias, muito comuns nos verões.
Se uma pessoa for alérgica ou tiver filhos que o sejam, a alergia pode ser uma companhia constante, ainda que indesejada. Esta condição, em que o sistema imunológico reage anormalmente, ou seja, de forma exagerada a uma substância externa, requer cuidados e prevenção.
O risco de desenvolver alergias de pele, bem como outras alergias, também depende da interação entre suscetibilidade genética e fatores ambientais.
O verão e as Alergias na Pele
Urticária
Algumas alergias na pele podem ser desencadeadas pelo calor e suor, a exemplo das urticárias, irritações na pele cuja principal característica é a formação de elevações circulares salientes, rosadas, e que causam comichão e ardor. Além das temperaturas (altas ou baixas), a urticária pode ser consequência de reações a medicamentos, alimentos, ou picadas de inseto, entre outros.
Dermatite Atópica
Considerada a doença inflamatória crónica da pele mais comum, a dermatite atópica aumentou de duas a três vezes o seu volume de incidência nas últimas décadas, em países industrializados. Atualmente, estima-se que ela afete mais de 20% das crianças e 2% a 10% dos adultos.
A Dermatite Atópica é um processo inflamatório crónico, tendo como sintomas a comichão e a pele avermelhada e com secreção de água. Pode agravar-se no verão, principalmente pelo excesso de suor. E esta condição pode estar associada a outras atopias, como a asma e a rinite.
Insetos
Outra companhia frequente no verão são os insetos, que podem ocasionar reações alérgicas. Isto por causa do veneno que libertam – caso das abelhas e vespas -, ou da saliva decorrente das picadas, como acontece com moscas, mosquitos e percevejos.
De modo geral, nessas situações os sintomas mais comuns são dor, vermelhidão, comichão, urticária, ardor e pequeno inchaço na área do contacto. Algumas pessoas podem ter reações mais severas e até letais, se não forem tratadas.
Se estiver ao ar livre, especialmente em ambientes arborizados, tenha sempre à mão um repelente para afastar os insetos.
Além disso, outras “dicas” podem ajudar a mantê-los longe: evite usar calçado aberto ou andar descalço na relva; ao comer ao ar livre, mantenha os alimentos sempre cobertos, principalmente recipientes com bebidas doces; evite usar cosméticos com cheiro doce; serviços de jardinagem devem ser feitos com cautela e com as devidas proteções (sapatos, meias e luvas).
Controle a exposição ao sol
A alergia ao sol é uma reação do sistema imunitário, que considera como estranho algum componente da pele alterada pelo astro-rei. Acontecendo apenas com algumas pessoas mais sensíveis, o organismo ativa uma defesa imune que resulta numa reação alérgica, com erupções cutâneas e vermelhidão. Por vezes, também pode surgir urticária e pequenas bolhas.
As erupções fotoalérgicas são um dos tipos de alergia ao sol. Trata-se de uma reação desencadeada pelo efeito da luz solar junto de um composto químico presente:
- Ou na pele: protetor solar, fragrâncias, cosméticos, pomadas antibióticas;
- Ou a partir da ingestão de medicamentos: antibióticos, alguns analgésicos e diuréticos para a pressão alta e insuficiência cardíaca.
O resultado é uma erupção cutânea com comichão ou bolhas pequenas, sendo que estes sintomas podem aparecer até um ou dois dias após a exposição ao sol. Para o diagnóstico é necessário consultar um médico e testar que compostos podem ter causado essa reação, para poder substituí-los por outros produtos.
Para evitar alergias na pele e caso seja sensível ao sol:
- Use protetor solar com uma FPS elevada (30 ou mais) e que proteja dos raios ultravioletas tipo A e B
- Coloque óculos solares com proteção ultravioleta;
- Utilize protetor labial;
- Na exposição ao sol dê preferência a horários como o início da manhã e final da tarde
- Tome cuidado com produtos ou medicamentos que possam causar uma reação alérgica.
Cuidado com os alimentos!
Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), os alérgenos alimentares mais comuns são: leite de vaca, ovos, marisco, peixe, trigo, soja, amendoim e frutos de casca rija (como as nozes), sendo estes alimentos responsáveis por 90% das reações alérgicas. Em geral, estas dão-se com mais frequência no caso das crianças.
A alergia à comida pode ter vários sintomas ativados pela ingestão da comida em si e eventualmente pelo contato com a pele ou até mesmo pela inalação. As reações cutâneas mais comuns decorrentes são a urticária e a angioedema, e em alguns casos também ocorre dermatite atópica. Quanto à principal forma de evitar este tipo de alergia é identificar o alimento e deixar de o consumir. Por isso tenha cuidado com a sua alimentação, no verão.
Proteja-se e aproveite o Verão!
De forma genérica, nesta época do ano é importante usar protetor solar, beber bastante água e evitar locais muito quentes.
No caso de filhos alérgicos, o conselho é que se prepare para ter um plano de tratamento de pele para esses períodos.
E em dias de baixa qualidade do ar e aumento dos níveis de pólen, o melhor é ficar em casa e reduzir a exposição a possíveis alérgenos.
Enfim, Cuide-se e aproveite o verão sem desconfortos!