Tabagismo: Um hábito a pôr de lado

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Abril, Mês do Pulmão… um “novo” motivo para falar da DPOC, uma doença que não pode, nem deve, permanecer desconhecida.

Uma das doenças com maior incidência em Portugal, a DPOC, ainda não é suficientemente conhecida no nosso país, acarretando consequências graves para a população.
De facto, uns impressionantes 14% da população portuguesa com mais de 40 anos são afetados por esta doença, que de certa forma se assume como um companheiro silencioso da nossa sociedade. Falta informação e escla­recimento público que garanta uma maior consciência acerca da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), uma condição clínica muitas vezes incapacitante, de caráter progressivo e cuja reversão dos danos causados é difícil e diminuta.

O maior culpado por esta patologia é,como em muitas questões relacionadas com as doenças do pul­mão, o tabagismo. O consumo ou a exposição passiva aos elementos que constituem o tabaco são efetiva­mente a maior causa para esta doença, mas também ambientes com elevada poluição, poeiras e fumos as­sociados a certas práticas industriais podem despoletar a DPOC, geralmente em grupos de risco caracterizados não só pelos comportamentos ou meio ambiente, mas também pela idade, onde a maior incidência se regista nos indivíduos com mais de 40 anos.

A importância do diagnóstico
A fase inicial da doença instala-se de forma pouco evi­dente, com sintomas que são frequentemente ignorados ou menorizados. Os primeiros sinais de alerta são tos­se e expetoração persistentes, que não cedem mesmo após tratamento com medicamentos. Adicionalmente, a dificuldade em respirar e o cansaço físico devem ser encarados como uma ameaça séria e um sinal de mo­tivação maior para consultar o seu médico e proceder a um diagnóstico.

O diagnóstico precoce desta doença é aliás um fator crítico para prevenir a sua agudização. Através de uma espirometria, ou seja, a medição da função pulmonar dos indivíduos baseada numa expiração forçada, recolhem-se os dados sobre a quantidade de ar que uma pessoa consegue soprar e durante quanto tempo. Trata-se de um procedimento simples e não invasivo, mas ainda assim fundamental para o início do tratamento da DPOC, re­tardando os seus efeitos e minimizando o seu impacte na qualidade de vida dos doentes. A DPOC caracteriza-se por uma resposta inflamatória anómala dos pulmões, resultante da inalação de partículas ou gases nocivos já mencionados. As alterações patológicas pulmonares decorrentes resultam na diminuição do calibre das vias aéreas respiratórias e destruição do tecido pulmonar, com consequências nas trocas gasosas que constituem a respiração e no débito aéreo, resultando em situações de dispneia (falta de ar), que são tendencialmente maiores se não se proceder ao tratamento adequado.

Melhores hábitos
Esse tratamento pode incluir, consoante a gravidade do diagnóstico, a administração de fármacos sob a for­ma de inaladores (broncodilatadores e corticoides) ou mesmo a ventilação realizada no domicílio, que em casos de maior gravidade pode ser de longa duração.
Para retardar a evolução da doença com sintomas extremos, deve ser levada a cabo a cessação dos com­portamentos de risco, como o consumo do tabaco. O exercício físico e a nutrição correta são igualmente vi­tais e constituem, a par da educação e aconselhamento para a DPOC, aspetos fundamentais para a reabilitação respiratória.

URGE CONHECER OS SINTOMAS E APOSTAR NA PREVENÇÃO E NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS.

A REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA
É uma realidade preocupante: apenas 0,1% dos indivíduos com doença respiratória crónica em Portugal participam em programas de reabilitação respiratória.
São números que contrastam com a realidade europeia, em que a reabilitação respiratória é uma ferramenta de elevada afirmação na estratégia de tratamento da doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e restantes doenças respiratórias crónicas.
O caso português peca por falta de informação e urge criar, junto dos vários intervenientes, uma consciência alargada da importância desta prática clínica no esforço de melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes.

Agradecimentos:
Revista Respirar + Saúde, da Global Media Group
para a Linde Saúde.

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