Sabe o que é uma empresa azul?

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Seja por uma questão de produtividade no trabalho, de higiene e segurança, mas também para que o fumo de uns não prejudique a saúde dos outros, são cada vez em maior número as empresas que estão a controlar o fumo do cigarro nas suas instalações.

A propósito do Dia Mundial sem Tabaco, que se assinalou no passado dia 31 de Maio, falámos com o Dr. José Oliveira, da Pulmonale – Associação Portuguesa de luta contra o Cancro do Pulmão, que atualmente implementa o projeto “Empresa Azul – Sem Tabaco”®.

Diz-nos que o objetivo principal, entre outros, é o de ajudar as empresas a desenvolver uma política interna de tabagismo, proporcionando ambientes de trabalho mais saudáveis para os seus colaboradores e garantindo, simultaneamente, melhores condições de produtividade.

Trata-se de um processo muito específico de consultoria, envolvendo estudos demográfico e morfológico, ações de sensibilização sobre os efeitos do tabagismo, consultas de cessação tabágica com técnicos especializados e com uma forte componente psicológica, reorganização de espaços e disposição de sinalética interventiva, entre outras medidas, adaptadas sempre a cada realidade organizacional. As consultas são de inscrição voluntária e é sempre garantido o respeito pelos direitos de todos os intervenientes, colaboradores fumadores, não fumadores, e direções.

Apesar de cada uma destas componentes poder ser oferecida de forma independente, faz todo o sentido a aplicação de um programa integrado, finalizado com o reconhecimento formal como “Empresa Azul – Sem Tabaco”® pela Pulmonale, uma distinção que a organização pode usar também em favor da sua imagem social, saindo esta favorecida após a intervenção, quer aos olhos dos colaboradores quer na perspetiva dos clientes, parceiros e sociedade em geral.

No combate à “principal causa da doença…”

Este projeto insere-se na missão da Pulmonale, que engloba o combate não só ao cancro do pulmão como também à principal causa da doença (85% dos casos são devidos ao tabaco).
A ação desta IPSS, entidade sem fins lucrativos, tem-se desenvolvido:
– Com campanhas nacionais de sensibilização, que difundiram a mensagem
antitabágica em todas as escolas do país e na comunidade;
– Através da intervenção em contextos educativos, com a dinamização de ações de sensibilização e programas de capacitação que permitiram aos jovens desenvolver competências biopsicossociais na gestão da própria saúde e na rejeição de comportamentos de risco, como o tabagismo;
– Por via de consultas abertas à comunidade;
– Por intermédio de projetos de consultoria e promoção de políticas de saúde nas empresas, nomeadamente o projeto “Empresa Azul – Sem Tabaco”®;
– Pelo constante apoio à investigação e à formação nesta área, junto de diversos agentes sociais e profissionais.

Conhecer os sintomas

A Pulmonale prepara-se para lançar, a nível nacional, uma campanha de sensibilização para os sintomas do cancro do pulmão. E, sendo uma associação sem fins lucrativos, conta com todo o apoio que os meios de comunicação puderem disponibilizar-lhe para o efeito.

Dados facultados por esta associação dizem-nos que o cancro do pulmão é 3º cancro mais comum no nosso país, e o mais mortal a nível mundial. Mata mais homens do que o cancro da próstata, e mata mais mulheres do que o cancro da mama. Contudo, por alguma razão, não é tão abordado pelos media como outras doenças. Não será pois de estranhar que, de acordo com os resultados de um estudo internacional da responsabilidade da Global Lung Cancer Coalition, divulgados em Novembro de 2013:

1 – Portugal é um dos 4 países com menor conhecimento dos sintomas do cancro do pulmão: 1/3 (33%) não consegue nomear qualquer sintoma. Os únicos países com menor consciência são o México, a Argentina e o Egipto.
2 – Temos uma das maiores taxas de fumadores ativos (28%), sendo o tabaco a principal causa do cancro do pulmão.
3 – Os pacientes são mais frequentemente diagnosticados com cancro do pulmão numa fase muito tardia, quando o tratamento não é já uma opção. Para os pacientes terem um diagnóstico mais precoce, devem estar conscientes dos sintomas; daí a importância crucial neste momento da sensibilização para esta doença.

Agradecimentos:

José M. Oliveira, Coordenador da área da Psicologia da Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão.

ajuda@pulmonale.pt
www.pulmonale.pt

Um vício caro

Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, o tabagismo é dispendioso.
Maior frequência de baixas médicas prolongadas ou de curta duração, menor produtividade no local de trabalho, como resultado das várias pausas, são algumas das razões apontadas.

Mas também há outros aspetos a considerar e que se prendem com o risco de incêndios e respetivo custo dos seguros e os custos adicionais de limpeza e manutenção dos ambientes, sem esquecer os possíveis danos para os não fumadores e a possibilidade de estes poderem apresentar queixa caso sofram efeitos adversos para a saúde.

Sobre o Dia Nacional sem Tabaco

Os Estados-Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) criaram o Dia Mundial sem Tabaco em 1987 para atrair a atenção do mundo sobre a epidemia do tabagismo e sobre as doenças e mortes evitáveis a ele relacionadas, tendo sido determinado que a celebração deste dia acontecesse anualmente a 31 de Maio.

Desde então a OMS articula em todo o mundo a comemoração desta data, definindo um tema sobre o tabagismo, a ser abordado pelos países membros, com a finalidade de pôr em evidência diferentes aspetos do tabagismo, como os riscos para a saúde de fumadores e não fumadores, a cessação do tabagismo, prejuízos para o meio ambiente, para a economia e outras áreas da vida social.

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