Alterações climáticas, haverá praias em 2100?

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As alterações climáticas fazem-se hoje sentir em todo o mundo e também em Portugal, onde os eventos meteorológicos extremos registados nos últimos meses “são sintoma de um clima em mudança, com potenciais impactes dramáticos”, segundo os especialistas…
Um dos principais está relacionado com a subida do nível do mar que, à escala mundial, pode atingir um metro no ano 2100.

Era uma vez uma menina de 5 anos que costumava ir com os pais à praia da Costa de Caparica. Um dia ela pegou na mão de uma amiguinha e, através da beira-mar, foram atrás de um papagaio de papel que as encantou com o seu colorido e reviravoltas que dava no céu. E assim, andando e correndo sempre para não perder o papagaio, deram por si perdidas na imensidão do areal e só depois de muito tempo de busca as autoridades marítimas as encontraram e devolveram aos pais, que já desesperavam…

Foi há pouco mais de 50 anos. Hoje não haveria qualquer hipótese de semelhante episódio, pois os imensos quilómetros desta praia desapareceram para sempre. E, tal como na Costa de Caparica – que viu este ano o que resta das praias e também os restaurantes de apoio serem corridos pelas vagas -, também em muitos outros pontos da orla costeira o mar avançou implacável, destruindo casas, desalojando pessoas…

Eventos meteorológicos extremos…

Por isso, diz a Quercus, “é grande a preocupação que existe hoje em dia em torno das alterações climáticas e dos impactes sentidos, quer no continente, quer à volta do mundo, como resultado do aumento global das temperaturas e de uma maior frequência de eventos meteorológicos extremos.”

Segundo a Associação Nacional de Conservação na Natureza, “a enorme ondulação que afetou a costa portuguesa resulta de tempestades que se tornarão cada vez mais frequentes e mais intensas. Designadamente as tempestades Hércules e Stephanie, no Atlântico Norte, que atingiram Portugal, devem ser interpretadas no quadro de um clima em mudança….
E, alertando as populações e os governantes, acrescenta que “os eventos extremos, o aumento do volume dos oceanos com a subida da temperatura e o degelo motivarão estragos futuros ainda mais significativos na costa portuguesa.”

Neste mês de Junho, duas datas – o Dia Mundial do Ambiente, a 5, logo seguido pelo Dia Mundial dos Oceanos, a 8 – têm originado, um pouco por todo o País, vários eventos de sensibilização das populações para o impacto do clima sobre os mares, e destes sobre as populações e as terras.

“Levante a voz em vez de subir o nível do mar” (tradução livre de “Raise your voice, not the sea level”) foi o tema das comemorações desta primeira data.

Em matéria editada pela Naturlink – O Portal da Natureza, referiu-se a importância de, naquele que é o ano Internacional dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, o Dia Mundial do Ambiente ter estado focado no “importante papel que as pequenas ilhas-nações têm desempenhado no redireccionamento do mundo para um futuro sustentável no contexto das alterações climáticas”.

“As alterações climáticas constituem grave ameaça a estes pequenos estados. Com efeito, apesar de terem contribuído muito pouco para as mudanças atuais do clima (as suas emissões correspondem a menos de 1% das emissões globais), estas nações são das mais afetadas, através de fenómenos como a ocorrência mais frequente de tempestades devastadoras e, sobretudo, o aumento do nível do mar, que pode tornar inabitáveis territórios como as Maldivas, Kiribati e Tuvalu”, escreve Filipa Alves, deste Portal. E acrescenta:

“Perante esta realidade, os pequenos estados insulares em desenvolvimento têm adotado uma postura ativa de combate às alterações climáticas e mitigação dos seus efeitos, sendo pioneiros na transição para uma economia verde, baseada nas energias renováveis, e encorajando a união internacional sob a forma de um tratado que suceda ao Protocolo de Quioto.”

Este ano, o estado de Barbados foi o anfitrião das comemorações, apelando “ a que os cidadãos de todo o mundo apoiem os pequenos estados insulares neste empreendimento que é conseguir que se unam esforços a nível internacional no combate às alterações climáticas.”

Agradecimentos:

– Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza – www.quercus.pt
– Naturlink – O Portal da Natureza (produtores de conteúdos na área do Ambiente
  e Conservação da Natureza – www.naturlink.pt

 

São 6, segundo a Quercus, os locais críticos da costa portuguesa: Lisboa, Porto, Ílhavo, Leiria, Costa de Caparica e Faro.
E para mostrar quanto o nível do mar irá subir, uma foto de alguns dos seus membros a usar coletes salva-vidas simboliza a ameaça crescente sobre as populações e os seus bens.

SALVAR O AMBIENTE: UM DESAFIO!
Desde o seu início, em 1972, o Dia Mundial do Ambiente tem assinalado ações positivas de proteção e preservação do ambiente, alertando as populações e os governos para a necessidade de salvar o planeta Terra.
Todos os anos as Nações Unidas apresentam um tema, que serve de ponto de partida para eventos que visam apresentar novas formas e métodos de preservar o futuro da humanidade, seja através de ações individuais do cidadão, ou coletivas.

EM DOIS TERÇOS, SOMOS MAR…
O Dia Mundial dos Oceanos, assim designado a partir de 8 de Junho de 2008 pelas Nações Unidas, visa lembrar a importância dos oceanos no equilíbrio do planeta Terra, já que representam o seu principal regulador térmico.
Dois terços do nosso planeta estão cobertos pelos oceanos e são eles que geram a maior parte do oxigénio que respiramos. Vários países celebram a data, lembrando também o impacto que as atividades humanas têm, no meio aquático.

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