Sabe o que é o autoconsumo de energia elétrica? A Quercus apela aos portugueses para investirem na energia renovável. Famílias e empresas podem consumir a eletricidade que produzem.
Portugal é um dos países com maior apetência para a utilização da energia solar dado o nosso elevado número de horas de sol. Porém, em termos de potência instalada, o solar fotovoltaico representa apenas 3,4% do total de eletricidade renovável e a produção no ano de 2014 foi apenas de 1,9% do total assegurado por fontes renováveis (Fonte: Direção Geral de Energia e Geologia – DGEG, 2015).Mas a boa notícia é que desde 19 de janeiro deste ano é mais fácil aos consumidores (famílias e empresas) produzirem eletricidade e serem, em parte, autossuficientes, evitando consumir energia da rede.
O Decreto-lei 153/2014, de 20 de outubro, e a Portaria n.º 14/2015, de 23 de janeiro, vieram regulamentar o denominado autoconsumo, isto é, a utilização de eletricidade produzida para consumo próprio, com possibilidade ainda de venda do excedente à rede, produzida ou não por fontes renováveis. Com esta nova legislação deixa de ser obrigatória a venda de toda a eletricidade produzida à rede. Todos os consumidores (habitação e escritório) para além de serem consumidores, podem também ser produtores de energia elétrica pela instalação de uma Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC). A Quercus considera que esta é uma oportunidade importante para a energia solar fotovoltaica em Portugal, implementada de forma descentralizada e cada vez mais competitiva, sem poder ser acusada de qualquer subsidiação, dado que o retorno do investimento é conseguido pelo evitar de consumos da rede elétrica (é como se se vendesse a energia ao preço de compra). O processo de produção de eletricidade consignado no regime de autoconsumo é agora muito simplificado, mas há alguns procedimentos a respeitar nas condições de acesso e de exercício da atividade. E as famílias têm de ter em conta.ANTES DO INVESTIMENTO:
- Passo 1: Avaliar qual o consumo da habitação durante o dia (quando há energia solar para a produção elétrica), pois se for reduzido não compensa a instalação do painel. O objetivo do autoconsumo é consumir ao mesmo tempo que se está a produzir, evitando-se a compra de eletricidade à rede.
- Passo 2: Avaliar bem localização do painel: fachada / varanda / telhado com boa exposição solar (orientação a sul; sem sombreamentos). A orientação solar a norte faz perder muito do rendimento. Em qualquer das opções, em prédio ou casa arrendada, se a instalação não for num local simples como uma varanda, será necessário e conveniente pedir autorização ao condomínio e / ou senhorio.
- Passo 3: Avaliar o investimento. Instalar um painel fotovoltaico de até 250Wp, pode significar um investimento de menos de 500€, recuperável em 6/8 anos. Há que considerar que um painel fotovoltaico terá ainda um rendimento da ordem dos 80%, 25 anos após o seu fabrico, pelo que, com o previsível aumento dos preços da eletricidade, este é um investimento muito compensador.