Alérgenos Alimentares: Saiba mais sobre eles

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É importante saber como acontece o processo da alergia alimentar e quais são os alérgenos alimentares mais comuns.

Existem alguns alimentos que, em vez de darem prazer, podem resultar em graves complicações. Quem é alérgico a alguns sabe bem como isto é verdade e certamente faz o possível para evitar determinadas substâncias, não importa o quão saborosas possam ser.

Tal como outras alergias, a alergia alimentar também resulta de uma reação adversa do sistema imunitário a uma substância (alérgeno), já que este sistema entende, erroneamente, que esses alérgenos alimentares são prejudiciais ao organismo.

Estima-se que as alergias alimentares afetem entre 4 a 6% das crianças e 1 a 3% dos adultos, com grande impacto na qualidade de vida dos seus portadores. Estes alérgicos estão sujeitos a diversos sintomas e podem até correr risco de vida ao ingerir, mesmo que em pequenas quantidades, alguns tipos de alimentos.

Principais alérgenos alimentares

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualmente são conhecidos mais de 70 tipos de alimentos capazes de provocar esses problemas de saúde. Os mais comuns são o leite de vaca, ovos, amendoins, castanhas (frutos de casca rija ou “frutos secos”), alguns peixes, frutos do mar e cereais (trigo e soja).

Algumas dessas alergias costumam registar-se na infância e desaparecer até à idade escolar, a exemplo da alergia ao leite e ovos. Contudo, a alergia ao amendoim tende a ser predominante e perdurar até na vida adulta, havendo indicativos de que só uma pequena percentagem de crianças que a tenham, escapem dela quando se tornam adultos.

Alergia alimentar múltipla

Eventualmente, os alérgicos a alimentos podem sofrer da chamada alergia alimentar múltipla. Isso acontece quando a alergia se manifesta face a mais do que um tipo de alimento. Paralelamente, ainda há a possibilidade de terem uma reatividade cruzada. Nessa situação, um alérgico alimentar poderá sofrer uma reação ao ser exposto a outros alérgenos com estruturas

moleculares semelhantes às encontradas no alimento ao qual ele é originalmente alérgico. Deste modo, uma sensibilidade ao tomate poderia estar relacionada com uma alergia ao pólen de gramíneas, por exemplo.

Contaminação cruzada

Há ainda casos em que ocorre a contaminação cruzada, na qual um alimento inofensivo à pessoa pode ser contaminado com outro ao qual ela é alérgica. Este tipo de contaminação decorre, por exemplo, da utilização simultânea de uma mesma área para preparar alimentos alergénicos e não alergénicos, sem que haja uma higienização apropriada. E é importante lembrar que para uma pessoa alérgica, mesmo uma pequena quantidade de um alérgeno alimentar já é capaz de causar reações.

Intolerância alimentar: a diferença

Entretanto, convém saber que alergia alimentar não é o mesmo que intolerância alimentar. A intolerância alimentar ou hipersensibilidade a alimentos é uma reação não-tóxica a um alimento, que não envolve o sistema imunitário. Por exemplo, intolerantes à lactose possuem uma incapacidade de digerir os açúcares naturais do leite e, por isso, ao ingerirem esse alimento podem enfrentar casos de dor e desconforto abdominal, flatulência e diarreia.

Sintomas e tempo de duração

As primeiras manifestações da alergia alimentar podem ser moderadas ou graves e, ocasionalmente, podem ser fatais (nos casos de anafilaxia, por exemplo).

De forma geral, as principais manifestações são respiratórias, gastrointestinais, cutâneas (pele e mucosas) e cardiovasculares, e podem ocorrer isoladamente ou de forma combinada. A intensidade e severidade dependem tanto da sensibilidade do indivíduo quanto da quantidade do alérgeno alimentar ingerido.

Os primeiros sintomas aparecem entre poucos minutos até duas horas após a ingestão do alimento, podendo perdurar durante semanas. Alguns sintomas corriqueiros são comichão, vermelhidão e inchaço na pele; comichão e inchaço na garganta, nariz e olhos; dores (inclusive no peito), arritmia cardíaca e baixa pressão do sangue (com possíveis desmaios); náuseas, vómito, diarreia e inchaço na cavidade oral.

Testes de diagnóstico

No diagnóstico da alergia alimentar, o médico irá considerar a história clínica do paciente, em conjunto com alguns testes (cutâneos ou in vitro) que acusam a que tipo de alérgeno alimentar a pessoa reage.

Numa segunda fase, também sob acompanhamento médico, podem fazer-se, por meio da ingestão isolada do alimento alergénico, testes que procuram comprovar se a alergia se mantém ou desapareceu com o tempo, além de confirmarem qual é o alimento causador da resposta alérgica.

Existe prevenção?

A forma mais eficaz e, na verdade, a única prevenção possível para a alergia alimentar é não consumir os alimentos que provocam uma reação alérgica. A título de exemplo, numa situação em que uma pessoa é alérgica à proteína do leite de vaca, essa proteína não poderá estar presente na sua dieta. Ou seja, a pessoa não poderá consumir leite de vaca e também não poderá utilizar nenhum produto lácteo na preparação das suas refeições, seja ele o próprio leite ou os seus derivados, tais como manteiga, queijos, iogurtes, etc.

Nessa situação, é fundamental que os nutrientes que seriam absorvidos através da ingestão desses alimentos alergénicos sejam compensados, na dieta do alérgico, com outros itens alimentares nutricionalmente equivalentes.

Entretanto, quem tiver crianças e identificar que alguma reage de forma adversa a certos alimentos, deve ficar atento. E importa também perceber se não existem outros fatores que desencadeiem os sintomas típicos de alergia, como a exposição ao pólen ou o contacto direto com animais domésticos.

Tenha sempre algum tipo de identificação ou notificação da sua alergia.

Por último, mas não menos importante, convém lembrar que os alérgicos alimentares devem ser portadores de algum tipo de identificação ou notificação da sua alergia.

Também é fundamental que, sob orientação médica, o alérgico tenha sempre consigo um autoinjetor de adrenalina e seja capaz de o utilizar em situações de emergência, onde tenha ocorrido a ingestão acidental de um

alérgeno alimentar, de que possa resultar uma anafilaxia (choque anafilático).

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