Dia mundial da alergia: Rinite alérgica e asma atingem a população

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Segundo a Organização Mundial da Saúde, 300 milhões de indivíduos têm asma e 400 milhões são afetados anualmente pela rinite alérgica. 8 de julho é o Dia Mundial da Alergia, uma data com que a OMS visa alertar as populações para a importância do controle destas doenças.

A prevalência das doenças alérgicas está a aumentar em todo o mundo, constituindo, assim, um importante problema de saúde pública, de acordo com a organização Mundial de Saúde (OMS) e outros orgãos dirigentes. Segundo a mesma fonte, aproximadamente 30% a 40% da população mundial sofre de doenças alérgicas.

Em Portugal e, de acordo com o Observatório Nacional para as Doenças Respiratórias, a rinite alérgica é a patologia respiratória crónica mais prevalente, afetando cerca de 25% da população, enquanto a asma afeta aproximadamente 10% dos habitantes portugueses.

O que é a alergia?

O termo alergia pode ser descrito como reação exagerada a substâncias existentes no ambiente, que são inofensivas para a maior parte das pessoas, mas que induzem uma resposta imunitária que provoca uma série de sintomas em pessoas com predisposição para a doença.

Existem vários tipos de alergias, como as respiratórias, dermatológicas, e outras como as alimentares, a fármacos, ou ainda as resultantes de picadas de insetos. Dentro do grupo das alergias respiratórias, destacam-se a rinite e a asma alérgicas. Conforme a OMS, 300 milhões de indivíduos têm asma e 400 milhões são afetados anualmente por rinite alérgica.

As alergias são particularmente frequentes na infância. Algumas desaparecem com a idade, embora muitas permaneçam toda a vida. Os adultos podem desenvolver alergia a substâncias às quais não eram previamente sensíveis.

O que é o alérgeno?

Não é, ainda, evidente, porque ocorrem as alergias, mas a maioria das pessoas afetadas por estas patologias têm familiares com alergias ou doenças próximas, como a asma ou o eczema.

Qualquer substância que produza uma reação exagerada por parte do sistema imunitário do seu organismo e que produza anticorpos contra essa substância é denominada de alérgeno.

Os tipos de alérgenos mais comuns são: ácaros (pó) da casa, pólenes, pelos de animais de estimação, esporos de fungos ou bolor, alimentos (particularmente leite, ovos, trigo, soja, frutos-do-mar, fruta e nozes), picadas de vespas e abelhas, alguns medicamentos, látex, produtos químicos domésticos (irritantes, como detergentes e fragrâncias).

Ligeiras ou mais graves…

A maioria das reações alérgicas são ligeiras e podem ser facilmente controladas. No entanto, ocasionalmente pode ocorrer uma reação grave chamada anafilaxia ou choque anafilático. Esta situação constitui uma emergência médica e exige tratamento urgente.

A reação anafilática é uma reação generalizada, que se inicia por manchas vermelhas na pele com prurido (comichão), edema (inchaço) nos olhos ou lábios, vómitos, tosse e dificuldade respiratória. O seu início é súbito e apresenta potencial risco de vida.

A rinite caracteriza-se por crises de espirros, secreção nasal aquosa, obstrução (entupimento) nasal e prurido, muitas vezes afetando também os olhos. Pode ser confundida com constipação comum ou gripe, que, de modo geral, apresentam comprometimento do estado geral com dores no corpo, febre ou dores de garganta. A rinite alérgica é uma das principais causas de absentismo laboral e escolar, podendo condicionar a qualidade de vida dos doentes.

Diagnóstico

Para o diagnóstico da rinite alérgica, a história clínica deve ser complementada pela pesquisa de sensibilização a alérgenos, por meio de testes cutâneos ou dosagem de anticorpos específicos no sangue do doente. Os testes de sensibilidade cutânea são os mais usados.

Consistem na colocação de uma gota de um líquido contendo substância potencialmente alérgica, no antebraço do doente. A pele é depois picada suavemente. Se o doente for alérgico à substância, surgirá, algum tempo depois, um inchaço e prurido nesse local.

Este teste é indolor e muito seguro.

Os testes no sangue podem ser usados isoladamente ou em conjunto com os testes de sensibilidade cutânea de forma a ajudarem no diagnóstico das alergias mais comuns. É retirada pequena quantidade de sangue, o qual é depois analisado em busca de anticorpos específicos produzidos pelo sistema imunitário em resposta a um alérgeno.

Tratamento

O tratamento mais eficaz da rinite alérgica consiste na evicção do alergéneo responsável pelos sintomas (apesar de não ser possível, em muitos dos casos).

Por exemplo, no caso das alergias a pelos de animais, estes deverão ser mantidos fora de casa o máximo de tempo possível e serem lavados frequentemente; nas alergias a fungos e bolor, manter a casa seca e bem arejada; na febre dos fenos, permanecer em locais fechados e evitar áreas com ervas quando a contagem de polens se encontrar elevada; na alergia aos ácaros da casa, usar edredões e almofadas à prova de alergéneos e preferir chão de madeira em vez de alcatifas ou carpetes.

Relativamente ao tratamento farmacológico, este deverá ser decidido com o médico assistente.  No entanto, as medicações mais frequentemente prescritas, incluem: anti-histamínicos (anti-alérgicos), a medicação principal; os descongestionantes nasais, usados como tratamento de curta duração para a obstrução nasal provocada por rinite alérgica; corticosteróides, usados para tratar a inflamação associada.

Existem ainda tratamentos mais especificos, como a imunoterapia específica a qual é reservada para um número restrito de doentes com formas mais graves e menos controladas da doença. Consiste na administração de baixas doses do alérgeno causador de sintomas durante um longo período de tempo.

Agradecimentos:
Dra. Rita Gerardo
(Comissão de Alergologia Respiratória da Sociedade Portuguesa de Pneumologia)

Vigiar os pólenes

A populaçao de alérgicos tem ao dispor o Boletim Polínico Nacional, um serviço da SPAIC para a comunidade através da Rede Portuguesa de Aerobiologia, onde se podem conhecer os dados por região do País e concentrações, por tipos de pólen, no ar ambiente (baixas / moderadas / elevadas).

Um dos conselhos dados nesta altura do ano é que, de forma a evitar o contacto com um pólen específico a que se seja alérgico, as férias devem ser programadas elegendo locais de baixas contagens polínicas, a exemplo da neve ou da praia.

CONTACTOS ÚTEIS:

– Sociedade Portuguesa de Pneumologia
http://www.sppneumologia.pt
– Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
www.spaic.pt
– Rede Portuguesa de Aerobiologia
https://www.rpaerobiologia.com

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