Testar a alergia, para a melhor combater

Table of Contents

As doenças alérgicas afetam cerca de um terço da nossa população, percentagem que tem vindo a aumentar devido a fatores como o aumento da poluição atmosférica e do consumo de tabaco, entre muitos outros. É importante realizar testes que detetem a sensibilidade da pessoa a vários alérgenos.

A Primavera está aí, em todo o seu esplendor, este ano com a previsão de agravamento das alergias, o que segundo os especialistas se deve também ao Inverno chuvoso que tivemos e que trouxe mais pólen.
Espirros constantes, comichão e pingo no nariz, olhos vermelhos e lacrimejantes, cansaço e noites mal dormidas são o dia-a-dia da população de alérgicos para os meses de Primavera, sendo recorrentes os alertas ao aumento do nível de pólen no ar, para tentar minorar alguns incómodos.
Muito importantes neste quadro são os testes que ajudam a despistar os agentes causadores das alergias, para melhor os conhecer e para poder futuramente preveni-los e evitá-los!

Despistar os agentes causadores

A alergia resulta de uma reação exagerada a qualquer substância que o sistema imunitário, por excesso de zelo na defesa do seu organismo, reconhece como perigosa, sem que esta, na verdade, o seja. O contacto com um alérgeno provoca situações de mal-estar respiratório ou cutâneo.

Antes de procurar ajuda médica, a pessoa deve tentar definir claramente em que alturas é atacada pela alergia e quais os sintomas que a incomodam, fazendo um registo de elementos que lhe pareçam suspeitos e que possam ter sido o gatilho do inimigo. É importante pensar nos alimentos ingeridos há poucas horas ou nos lugares por onde se passou recentemente. Que plantas ou animais por lá havia?

O top dos alérgenos

Os alérgenos mais comuns são os que existem no ar e podem ser inalados, como o pólen das árvores ou gramíneas, os ácaros do pó, o pelo dos animais domésticos e os esporos de bolores, mas também os que ingerimos nos alimentos. É o caso do leite de vaca, ovo, peixe, marisco ou amendoins.
Certos fármacos, como as penicilinas, bem como o veneno da picada de insetos (abelhas e vespas) podem também provocar reações alérgicas.

Após a realização, pelo médico, do historial clínico, que inclui o registo de sintomas alérgicos e a periodicidade com que se manifestam, podem ser efetuados diferentes tipos de teste, quer no consultório quer em laboratório, que detetam a sensibilidade da pessoa a vários alérgenos.

Testar o inimigo

“Os testes que podem ser feitos no consultório, mais simples e rápidos, são testes cutâneos por picada na pele ou com adesivos com a substância suspeita”, esclarece Antero Palma-Carlos, professor catedrático de Medicina Interna e Imunoalergologia. Estes não são dolorosos e são seguros em todas as idades. Detetam reação a alérgenos como os provenientes de pólen, ácaros do pó, esporos de bolores, pelos de animais, alimentos, veneno de insetos e penicilina.
O maior desconforto é o prurido que pode ser sentido localmente. São, no entanto, desaconselhados a quem esteja a fazer tratamento com anti-histamínicos ou tenha doenças de pele. No caso de pessoas muito sensíveis mesmo a ínfimas dosagens do alérgeno que está a ser testado, deverá ser feito um teste de laboratório.

No laboratório

Como afirma o imunoalergologista, no laboratório poderá ser feita a “pesquisa de anticorpos específicos para a alergia suspeita”. Através de uma recolha de sangue, verifica-se se o sistema imunitário irá ou não reagir a determinados alérgenos. O teste de laboratório é indicado para as situações em que existe risco de reação alérgica grave se houver contacto com o alérgeno. Outra hipótese de teste consiste em “reproduzir a manifestação alérgica”. Na prática, provocar o contacto com o alérgeno, sob vigilância médica, para analisar o resultado.

Última geração

A cada dia que passa surgem novos métodos para detetar alergias. É o caso dos testes feitos a partir de uma recolha de sangue, que prometem detetar intolerâncias alimentares a mais de 100 alimentos diferentes. Uma vez diagnosticada a intolerância, o paciente é acompanhado por profissionais que definem uma dieta que lhe garantirá a melhoria da qualidade de vida.
Antes do exame, é importante conhecer as condições em que este é realizado pois, como alerta Antero Palma-Carlos, “os testes pretensamente científicos de intolerância a múltiplas substâncias propostos por não especialistas não têm qualquer valor diagnóstico”.

Agradecimentos: Paula Alberty com Antero Palma-Carlos (imunoalergologista), e revista “Saber Viver”.

***

Alguns conselhos!

  • Evite os locais de grande concentração de pólen, como os parques e jardins;
  • Em casa, mantenha as janelas fechadas, sobretudo nos dias mais ventosos;
  • O mesmo, ao viajar de carro. E na rua privilegie o uso de óculos escuros;
  • Nos dias de muito vento, troque de roupa quando chegar a casa;
  • Evite perfumes intensos, sobretudo no quarto de dormir evite as alcatifas, tapetes felpudos, cortinas
    pesadas e peluches;
  • Se mantiver os cortinados, lave-os com regularidade e aspire semanalmente
    o colchão;
  • Recorra a almofadas e capas de colchão antiácaros;
  • Não fume, nem deixe que fumem nos quartos de dormir ou mesmo nas outras divisões da casa. O tabaco é de evitar;
  • Se tem alergia a algum alimento, evite-o;
  • Atenção a qualquer reação estranha a um medicamento. Se acontecer pare a toma e contate o médico:
  • Reduza a humidade do ar através de um aparelho desumidificador.

Saiba mais:

No blogue da Airfree ou no nosso website!

Compartilhe este conteúdo:

Publicações Relacionadas