Roupas de inverno: Podem causar alergia?

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Roupas de inverno e outros agasalhos guardados durante muitos meses podem provocar alergias ao voltar a ser utilizados. Saiba como evitar que isso aconteça com o vestuário de inverno

Chegou a hora de procurar no fundo do armário todas as roupas de inverno, cobertores e mantas mais quentinhas para enfrentar o frio. Esquecidas quando as temperaturas estão mais amenas, as peças de inverno costumam ser as vilãs dos espirros e tosses quando as usamos depois de terem ficado muito tempo guardadas. É que durante esse período sem uso, muitas acabam por tornar-se grandes habitats para diversos microrganismos indesejáveis.

Nesta época do ano os espaços tendem a ficar mais fechados e com menor ventilação, acumulando mais humidade, o que resulta num “ambiente” propício ao crescimento de microrganismos, como ácaros e mofos. Para quem lhes for alérgico esta estação costuma aumentar, de facto, o índice de alergias.

Além disso, o ar mais frio e seco do inverno atua nas vias respiratórias como um fator irritante, causando sintomas como falta de ar, espirros, obstrução nasal, coriza, tosse e comichão no nariz, ouvido e garganta.

Alergias a Tecidos

Vários são os fatores associados à alergia a tecidos, como os produtos químicos utilizados na produção das roupas, e o próprio tecido, em si.

A alergia imediata a produtos têxteis pode resultar em sintomas como erupções cutâneas e vermelhidão. Também é possível que ocorram problemas respiratórios e circulatórios e, inclusive, um choque anafilático.

Alguns exemplos de potenciais causadores de reações alérgicas relacionados com as roupas são os corantes, resinas de formaldeído, resquícios de sabão e detergentes, pesticidas, óleos e graxas, entre outros.

Além disso, evidências sugerem que as fibras têxteis (nylon, poliéster, seda, algodão, lã, elastano, etc.) podem causar alergias, sejam elas naturais, sintéticas ou combinações destas.

Mas segundo alguns estudos, de modo geral é mais comum ter reações alérgicas aos resíduos dos processos de preparação e tratamento do tecido, do que às suas próprias fibras.

O principal sintoma relacionado ao contacto de compostos presentes no tecido com a pele é a dermatite.

 A lã e o algodão, tecidos geralmente muito usados no inverno, dificilmente provocam reações alérgicas devido às suas fibras ou ao processamento do tecido, sendo mais comum a ocorrência de irritações cutâneas. Este tipo de irritação no caso da lã, por exemplo, pode ser uma consequência do diâmetro elevado das fibras. Roupas com fibras de diâmetros mais finos como as feitas de lã merino superfinas e ultrafinas, parecem ser melhor toleradas pela pele.

As roupas de inverno e seus “moradores” indesejáveis

Além dessas possíveis alergias ao tecido, é bastante comum que surjam alergias devido à presença de mofos e ácaros nas roupas.

As roupas têm um potencial de abrigarem e serem meios de dispersão dos ácaros da poeira doméstica. Nesse sentido, as roupas (sobretudo de lã) acabam por nos expor diariamente a quantidades significativas de alérgenos de ácaros.

As peças de roupa que não utilizamos com frequência, como as roupas de inverno, são geralmente aquelas que acabam por ter mofo e, eventualmente, “contaminar” outras roupas dos armários.

Esses locais, habitualmente utilizados para guardar peças durante todo o ano, não costumam ter muita ventilação, o que favorece o aumento da humidade e o desenvolvimento e proliferação de fungos (mofos).

Portanto, a sugestão é que se aposte na lavagem periódica das roupas, cobertores e agasalhos de inverno, com produtos sem cheiros, garantindo a secagem completa de todas as peças. Sem esquecer, claro, de manter o espaço em que irá guardá-las sempre bem higienizado, organizado e, se possível,  ventilado.

Felizmente existem maneiras de nos protegermos dos mofos e ácaros e, assim, evitar problemas respiratórios e alergias:

  • Em primeiro lugar identifique e elimine problemas que resultem em maior humidade na casa, principalmente no local onde guarda as suas roupas de inverno. Problemas tipicamente relacionados com a humidade são a falta de ventilação, infiltrações, problema estruturais e vazamentos.  
  • Se o principal problema for essa falta de ventilação convém abrir de vez em quando as portas de armários e closets. E aproveite para rever o seu guarda-roupa e doar ou desfazer-se de peças que não utiliza há algum tempo. Ao reduzir o número de itens, haverá mais espaço e melhorará a ventilação, o que ajuda a reduzir a humidade e, deste modo, o cheiro a mofo.
  • Idealmente, as roupas guardadas há muito tempo, como aquelas que usamos apenas no inverno devem ser lavadas antes do seu uso, de preferência com água acima de 55ºC. A secagem pode ser feita em máquinas de secar ou, se possível, expondo-as ao sol.

A alta temperatura (da lavagem, da secagem ou do Sol) será capaz de matar os ácaros e inativar os seus alérgenos, enquanto a lavagem com água irá remover, dos tecidos, os ácaros mortos e seus alérgenos. Mas verifique primeiro, nas etiquetas das roupas, se podem ser lavadas e secas a altas temperaturas, sem prejuízo do tecido ou da cor.

Após lavadas e secas, a “dica” é que as roupas que não usamos no dia a dia sejam armazenadas em sacos de TNT (tecido-não-tecido). Quanto às de uso pouco frequente ou volumosas (edredons e cobertores) podem ser embaladas em sacos sem ar (vácuo). O TNT permite a passagem de ar e evita que se acumule humidade na roupa, enquanto o saco a vácuo inibe o crescimento de mofo e de outros microrganismos indesejáveis.

  • Capas antiácaro (em colchões, travesseiros e almofadas) podem auxiliar as pessoas alérgicas, pois diminuem a exposição aos ácaros.

Purifique o ar!

Outra alternativa para reduzir as alergias associadas aos agasalhos desta altura do ano é que se cuide do ar que se respira em casa, designadamente nos quartos de dormir.

De simples funcionamento e sem necessidade de orientação profissional ou manutenção, os purificadores de ar promovem a limpeza do ar dos ambientes internos, reduzindo drasticamente a quantidade de vírus e bactérias, entre outros microrganismos.

Assim, proporcionam alívio às reações alérgicas e previnem o seu aparecimento, ajudando ainda na poupança com gastos de saúde associados às doenças alérgicas.

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