O ar nosso de cada dia

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Os níveis de ozono na atmosfera respirável são cada vez maiores e em vários países da Europa o ar que se respira já não é “azul”. E por cá, existem medidas “verdes” que protejam o ar nosso de cada dia? 

Num momento em que os níveis de poluição atmosférica em Paris atingiram níveis tão preocupantes que o chamado de atenção das autoridades se deu ao nível de uma “campanha” sobre transportes públicos gratuitos, dá que pensar, com efeito, em que tipo de atmosfera estaremos condenados a respirar nos próximos anos…

França, Bélgica e Alemanha foram os países em foco para o alerta da Agência Europeia do Ambiente (AEA), devido aos elevados níveis de poluição atmosférica registados em várias localidades…

De tal forma que em Paris os transportes públicos foram gratuitos desde a passada 6ª feira, por forma a fazer repensar, aos condutores, a possibilidade de deixarem em casa os seus carros para diminuir o trânsito automóvel na cidade e, consequentemente a poluição gerada pelo tráfego intenso.

Uma “cortina” de fumo originada por concentrações particularmente fortes de partículas com um diâmetro de menos de 10 microns (as designadas partículas PM10) no ar, como resultado de uma subida de temperaturas e falta de vento, fez com que se respirasse num manto de nevoeiro, a fazer temer como seria o céu se ficasse cinzento para sempre…

Com o arrefecimento noturno dos terrenos e o aquecimento da atmosfera durante o dia, as partículas poluentes emitidas pelos automóveis ficam presas sob uma camada quente, sem poder subir ou ser dispersas, o que tem contribuído para uma severa poluição atmosférica.
Tão severa, que o ministro da Ecologia francês, Philippe Martin, qualificou a qualidade do ar como “uma emergência e uma prioridade para o Governo”.

Prioridade que passa, afinal, por grande número de países, pois segundo a AEA, os níveis do ozono na atmosfera já excederam todos os limites legais no Verão de 2013, em todos os Estados-membros!

Causas e consequências

A poluição atmosférica resulta fundamentalmente da produção de gases e de partículas sólidas provenientes da atividade industrial; dos lares domésticos; veículos motorizados; alteração de matéria orgânica; e queimadas de lixos.

Esta degradação da qualidade do ar está a ter uma cada vez maior parcela de responsabilidade nas alterações ao nível planetário, com consequências que afetam também, de forma cada vez mais séria, o ser humano…

O ar poluído compromete as culturas, corrói os edifícios, altera as condições climáticas, ao aumentar a temperatura na superfície terrestre, e afeta o nosso bem-estar.
Dores de cabeça, vertigens, irritação nos olhos, nariz e garganta são alguns dos problemas de saúde que gera, dos quais o maior será o seu contributo para o agravamento de doenças, como a asma.

Em Portugal ainda se respira, “mas”…

Em Portugal, os problemas da qualidade do ar não afetam o território de uma forma sistemática, encontrando-se sobretudo localizados nas grandes cidades e áreas onde é maior a presença de grandes unidades industriais.
No entanto, não deixam de ser responsáveis por milhares de mortes prematuras por ano e uma redução da esperança média de vida.

 

Sendo, no âmbito da saúde, um dos temas mais em foco para a conjugação de esforços a nível internacional, a poluição atmosférica é um problema que exige tanto as medidas preventivas como as corretivas, e para o qual a informação assume um papel fundamental na mobilização dos cidadãos.

– O que sabemos sobre a utilização de equipamento de redução de emissões nos nossos automóveis?

– As autoridades controlam a deposição de resíduos sólidos e a queima de resíduos perigosos?

– Os incêndios florestais tenderão a diminuir? Ou, reformulando a pergunta: o que está a ser feito para acabar com esse flagelo que destrói milhares de hectares de terrenos, todos os anos?

– Existem planos de emergência para situações de poluição atmosférica graves, designadamente nos casos das populações mais sujeitas e (ou) afetadas por essa poluição?

– Onde estão as campanhas de sensibilização a nível nacional para esta temática? Ações que marquem a diferença entre informação e mobilização das pessoas?

 ***

Os transportes públicos gratuitos em Paris no passado fim-de-semana, apelando a que se deixasse o automóvel à porta de casa, podem ter representado apenas um sopro de ar azul num panorama cinzento.

Mas esta iniciativa “verde” foi decerto um passo importante em prol da conscientização de todos e de cada pessoa.

– E, já agora… – sempre que possível, estaremos dispostos a andar mais a pé ou de bicicleta? 🙂

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