Elas purificam e reciclam a água

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As Zonas Húmidas representam meios de vida sustentáveis para o nosso futuro.Esta terça-feira assinala-se o seu Dia Mundial, uma oportunidade para melhor as conhecer e para um Programa diferente, na Natureza…

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As Zonas Húmidas purificam e reciclam a água, fornecem o peixe e o arroz de que se alimentam milhões de pessoas. Ao armazenarem água, estas zonas agem como uma esponja natural, protegendo-nos contra inundações e secas e mantendo intacta a linha costeira. São locais que apresentam elevada biodiversidade, sendo um meio vital de armazenamento de carbono.

Infelizmente estes benefícios não são amplamente conhecidos, já que estes locais muitas vezes são vistos como terrenos abandonados. Por isso, desde 1900 já desapareceram 64% das zonas húmidas existentes no mundo (fonte: www.ramsar.org).

Falámos com a Dra. Sandra Paiva, bióloga do EVOA – Espaço de Visitação e Observação de Aves que pertence à Companhia das Lezírias. Gerindo 70 hectares de lagunas costeiras existentes na Reserva Natural do Estuário do Tejo, este habitat é considerado prioritário para a conservação a nível europeu, devido à degradação que as Zonas Húmidas vêm sofrendo em toda a Europa.

Em estreita articulação com o ICNF – Instituto da Conservação de Natureza e das Florestas, parceiro do projecto, e com o apoio dos restantes parceiros: ABLGVFX, Associação de beneficiários da Lezíria grande, de Vila Franca de Xira; LPN – Liga para a Proteção da Natureza, Aquaves e Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, esta área pretende ser um exemplo de boas práticas na gestão de áreas protegidas e de boa articulação entre os diferentes atores locais.

Para além das atividades de investigação e conservação da natureza, este espaço realiza, desde abril de 2013, atividades de turismo de natureza, tendo já recebido mais de 7000 turistas. E o seu programa de educação ambiental já abrangeu mais de 9000 alunos dos vários anos de ensino, contribuindo para a sua formação enquanto cidadãos ambientalmente mais conscientes e ativos.

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DIA 2: CONHECER A FAUNA E FLORA TÍPICAS DA ZONA

Segundo a Dra. Sandra Paiva, desde fevereiro de 2015 já foram anilhadas 381 aves e recapturadas 77, sendo que uma das aves recapturada era proveniente de França e outra de Inglaterra. Também foram anilhados mais de 100 patos e galeirões, tendo sido observados indivíduos na Rússia, Holanda, França.

Na terça-feira, dia 2, o EVOA assinala o Dia Mundial das Zonas Húmidas com uma sessão de anilhagem de aves de entrada livre (sendo necessária inscrição para evoa@evoa.pt) que decorrerá a partir das 8 horas, seguindo-se um passeio na natureza com o objetivo de dar a conhecer a flora e fauna típicas deste espaço.

Sem dúvida, uma boa oportunidade para ver de perto o trabalho de investigação aqui desenvolvido, em prol do Ambiente.

Agradecimento:
Dra. Sandra Pais, Bióloga no EVOA

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SABER MAIS SOBRE ZONAS HÚMIDAS

Sobre a sua importância:
– Controlam inundações e a erosão, porque retêm e absorvem a água de grandes chuvadas e a vegetação reduz a velocidade da corrente.
– Purificam a água, ao reterem substâncias poluentes, que acabam por se transformar, tornando-se inofensivas.
– Alimentam reservatórios naturais subterrâneos de água doce, que o homem utiliza para diversos fins.
– Abrigam e alimentam aves migradoras e outras espécies, em particular durante a reprodução, sendo fundamentais para a sua conservação.
– Contrariam o efeito de Estufa, uma vez que a vegetação retém o dióxido de carbono que, em excesso no ar, impede as radiações solares de se libertarem para o espaço.
– Protegem a costa contra tempestades, porque a vegetação reduz a ação do vento, das ondas e das correntes.

Sobre o que as ameaça…
Apesar da sua importância ecológica, estética e cultural, as Zonas Húmidas foram consideradas, durante muito tempo, áreas marginais que deveriam ser transformadas em terra seca.
Algumas atividades recreativas, construção desordenada de casas, alteração profunda dos cursos dos rios (por extração de água, construção de canais e barragens), remoção da vegetação das margens, poluição e certas atividades agrícolas ameaçam atualmente as Zonas Húmidas pelo mundo, que por estas razões foram reduzidas a metade da área durante o século XX.

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