Como utilizar as Redes Sociais para obter Informação Fiável

Como utilizar as redes sociais para obter informação fiável

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Saiba como fugir das fontes de desinformação e aproveitar as vantagens das redes sociais, especialmente durante a pandemia da COVID-19

A criação da internet, uma rede capaz de conectar pessoas em qualquer parte do mundo, foi um marco para a comunicação atual. Muitas possibilidades surgiram a partir desta comunicação e interação em tempo real e sem fronteiras: troca de informação, conteúdos especializados, formações à distância, compras, entre outros. Contudo, nada na é perfeito e houve um preço a pagar. A aceleração de rumores, aumento de discursos de ódio e disseminação das fake news – especialmente nas redes sociais.

Em primeiro lugar, saiba que o Instagram, Youtube, Facebook e Whatsapp têm, cada um, pelo menos 1 bilião de utilizadores. Podemos também estar ligados a várias redes sociais em simultâneo. O relatório Global Digital Statshot 2021 – feito pelas empresas americanas de dados Hootsuite e We Are Social – confirma que 4,3 biliões de pessoas estão cadastrados em pelo menos uma rede social. Ou seja, quase metade da população do planeta (7,85 biliões) usa as redes sociais.

Com a pandemia da COVID-19 as vantagens e desvantagens de estar conectado ganharam outra dimensão, mostrando portanto a importância da ética e da consciência coletiva quando estamos online. Em outras palavras, por mais simples que as plataformas pareçam ser, não é fácil garantir que toda as informações estejam corretas e verdadeiras. Governos, empresas e os próprios utilizadores têm um papel fundamental nesta vigilância.

O papel das Redes Sociais durante a pandemia

Segundo os dados do Parlamento Europeu, cerca de 85% dos europeus considera que as notícias falsas constituem um problema no seu próprio país. Além disso, 83% acredita que o fenómeno representa um problema para a democracia em geral.

Com o aumento de pesquisas relacionadas com a saúde, as redes sociais passaram a liderar na disseminação de informações sobre o coronavírus, sejam elas voltadas para as boas práticas de prevenção da doença ou para uma abordagem errada e perigosa do assunto. Conforme explica a Agência dos Estados Unidos, para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

É neste contexto que os rumores – informações não verificadas que se espalham rapidamente por um grupo ou população – ganharam força. Seja pela falta de conteúdos concretos e fiáveis, seja pelo excesso de informação que recebemos todos os dias, ficou mais complicado separar o facto da ficção.

Desde que surgiu, a COVID-19 tem sido um bom ‘ninho’ de boatos. Alguns foram fortemente divulgados e foi preciso que os órgãos de saúde os esclarecessem. Por exemplo, a afirmação equivocada de que a “COVID-19 não se espalha em climas quentes” ou informações descontextualizadas/ erradas sobre o uso das máscaras. Igualmente, também se falou muito sobre a eficácia de vacinas, levando dúvidas a milhares de pessoas que se questionaram se era seguro tomar o imunizante.

Pesquisas sobre fake news

Desta forma, rumores sobre a vacina contra a COVID-19 foram alvo de análise. Uma equipa multidisciplinar, composta por investigadores de vários países, recolheu e analisou rumores online entre 31 de dezembro de 2019 e 30 de novembro de 2020 em diferentes redes sociais, motores de busca, sites de agências de verificação de factos e páginas de canais de televisão e jornais. Em suma, foi considerado que ‘rumor’ seria qualquer alegação, não verificada, e que após verificação de factos poderia ser classificada como: verdadeira, falsa, enganosa ou exagerada.

A equipa identificou 637 rumores e teorias de conspiração relacionadas com a vacina da COVD-19 em 24 idiomas de 52 países. Aproximadamente 103,3 milhões de pessoas gostaram, reagiram com um emoji, partilharam ou compartilharam os conteúdos incorretos nas redes sociais.

De todos as publicações, 15% (94/ 637) foram feitas nos Estados Unidos, 13% (82/ 637) na Índia e 12% (77/ 637) no Brasil. O continente africano relatou o menos. O Facebook foi a rede mais prevalente (61%), seguido do Twitter (28,6%).

O que devo fazer para não encaminhar fake news?

Para que não faça parte desta estatística, o primeiro passo é ter cuidado com o que partilha na internet. Desconfie de notícias que pareçam boas ou más demais, verifique a fonte que divulgou o conteúdo. Se não foi uma página de notícias reconhecida, pesquise e confirme se outros sites fiáveis relataram o mesmo facto.

Simultaneamente, se perceber que compartilhou uma informação errada, pode denunciar a publicação na plataforma onde a encontrou. Para facilitar, a própria Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma página a explicar como denunciar conteúdo falso ou enganoso em plataformas de redes sociais.

Pode consultar a página Caçadores de Mitos (Mythbusters), onde a própria OMS esclarece algumas desinformações e mitos.

O que as Redes Sociais estão a fazer para combater a desinformação?

Além de receber as denúncias dos utilizadores, as maiores redes sociais atualizaram suas políticas sobre informações enganosas. Desde dia 1 de março que o Twitter rotula ou coloca um aviso em tweets que avançam rumores não comprovados, alegações contestadas, assim como informações incompletas ou fora do contexto sobre vacinas.

Já o Google trabalha com as autoridades de saúde pública e outras fontes oficiais para mostrar informações sobre a localização da vacina, à medida que se tornam disponíveis, na Pesquisa Google e no Google Maps.

O Facebook afirma que expandiu em março as suas ferramentas, para ajudar as pessoas a serem vacinadas contra a COVID-19, adicionando rótulos em publicações sobre vacinas para mostrar informações adicionais da OMS.

Qual o futuro das Redes Sociais no pós-COVID-19?

Em suma, indicados todos os cuidados necessários, não se esqueça das vantagens que mencionámos no início deste texto. Ou seja, um dos principais benefícios das redes sociais é o apoio coletivo.

As medidas de confinamento e distanciamento impostas em quase todo o mundo fizeram com que o uso da Internet e das redes sociais fosse observado em magnitudes sem precedentes. Entre outros motivos, isto aconteceu porque as redes sociais permitem que as pessoas exponham os seus medos, partilhem opiniões e informações sobre a situação atual. Além disso, as redes sociais podem contribuir para a formação de resiliência nas pessoas face a eventos traumáticos, como a realidade que vivemos.

Isto significa que é preciso amenizar os seus efeitos psicológicos negativos, mas também que devemos corajosamente aproveitar as capacidades das redes sociais de promover a resiliência e de ajudar-nos em tempos difíceis. Os caminhos abertos pela internet são infinitos e podem ser muito úteis, basta escolher os trajetos certos.

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