Podemos reciclar máscaras? Como descartá-las e reduzir o seu impacto

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Sendo uma das principais formas de reduzir o contágio do novo coronavírus, o uso de máscaras faciais tornou-se um hábito diário em diversos países, incluindo Portugal. Mas para eliminar quaisquer riscos de contaminação não basta apenas utilizá-las corretamente: é preciso descartá-las de forma adequada. Não se podem reciclar máscaras, mas há como reduzir o impacto ambiental dos equipamentos de proteção.


As máscaras faciais, luvas e lenços devem ser descartadas no lixo comum, pois o risco de estarem contaminadas impede-as de serem recicladas. A medida segue o que já é comum para outros resíduos contaminantes (como curativos, papéis usados etc.), visando a proteção da vida de todos, mas principalmente, dos trabalhadores da recolha seletiva. No caso específico
destes trabalhadores, ainda que utilizem luvas, máscaras faciais e/ou viseiras, ainda há o risco de serem infectados pelo SARS-CoV-2 se entrarem em contato com máscaras ou outros materiais contaminados.

Reciclagem

O Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território de Portugal define reciclagem como qualquer operação de valorização em quem os resíduos (inclusive matéria orgânica), ou os materiais que o compõem, são retransformados em produtos tanto para a mesma utilização que o produto original ou ainda para um novo uso. Neste sentido não se caracteriza como reciclagem a destinação dos resíduos para uso como combustível e/ou para a construção civil.

Entre as principais vantagens do processo de reciclagem destacam-se a conservação e poupança de recursos naturais, incluindo matérias-primas; redução do lixo enviado para aterros sanitários e incineradoras; diminuição dos níveis de poluição associada a produção ou extração de matérias-primas, além de poupar energia e reduzir os resíduos gerados.

Contudo, para atingir esses benefícios cada um deve fazer a sua parte, separando os seus resíduos e descartando-os nos ecopontos corretos. Atualmente, em Portugal, existem três ecopontos destinados à recolha seletiva de resíduos sólidos urbanos e um contentor indiferenciado.

Tipos de Contentor

  • Ecoponto azul: Destinado ao papel e cartão
  • Amarelo: para as embalagens de plástico e metal
  • verde: para as embalagens de vidro.
  • Contentor cinzento: devemos colocar o lixo indiferenciado, ou seja, que não pode ser reciclado, como papel higiénico e lenços usados, fraldas e materiais engordurados.
  • Contentor castanho: destinado ao descarte de restos e sobras de comida e borras de café (exceto carnes, peixes e ovos crus).

Portugal possuía uma meta para 2020 de reutilizar e/ou reciclar 50% dos resíduos urbanos recicláveis e biodegradáveis. No entanto, até 2019, somente 41% desses materiais foram destinados para esses fins, ficando o cumprimento da meta para 2020 – o que provavelmente será difícil de ser atingido devido aos desafios impostos pela pandemia. Logo, mesmo que a recolha desses materiais possa estar suspensa ou reduzida, cada um deve manter o hábito de separar corretamente os seus resíduos recicláveis.

5 R’s

Além do hábito da reciclagem devemos instituir outros comportamentos que ajudam no consumo consciente e, por consequência, na preservação ambiental. Um desses comportamentos envolve aplicar o método dos 5 R’s no nosso cotidiano, para que assim possamos mudar, e sempre que possível melhorar, os nossos hábitos. Conheça o que diz cada R :

  • Repensar: refletir sobre a necessidade de consumo e sobre as cadeias produtivas
  • Recusar: não consumir exageradamente, ou produtos desnecessários, e sobretudo recusar produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente
  • Reduzir: reduzir a produção de lixo e assim provocar menos desperdício de matérias- primas e produtos. Optar por materiais recicláveis, recargas e embalagens retornáveis
  • Reutilizar: dar nova vida a produtos que seriam descartados, seja isso feito pela própria pessoa ou por um novo dono.
  • Reciclar: transformar um produto usado num novo produto, seja para o mesmo uso ou para um uso totalmente diferente.

Descarte de máscaras faciais

As máscaras descartáveis, a exemplo das de TNT, não podem ser lavadas e necessitam de ser descartadas após a utilização. Para removê-la, manuseie o elástico ao redor das orelhas, não toque na parte frontal da máscara e deite fora imediatamente, colocando-a dentro de um saco de papel ou de plástico fechado, ou num caixote de lixo com tampa. Evite contato com a superfície do saco de papel ou plástico, não toque no rosto e lave imediatamente as mãos com água e sabão ou proceda à higienização com álcool 70%. Estas máscaras faciais, após serem embaladas corretamente, devem ser descartadas nos contentores cinzentos citados acima.

Já as máscaras faciais de tecido podem ser lavadas e reutilizadas e devem ser descartadas caso haja perda de elasticidade das hastes de fixação ou caso o tecido esteja deformado, o que pode prejudicar a eficiência da máscara. Para saber quantas vezes a máscara pode ser reutilizada e quais os procedimentos para lavagem, sempre siga as orientações do fabricante. Contudo, geralmente recomenda-se sejam usadas até no máximo 30 lavagens.

Estima-se que, ao ritmo atual, haja um descarte de 129 bilhões de máscaras faciais a cada mês.

Uma parcela significativa é depositada em locais inadequados e acaba por acumular-se nos oceanos. Por isso, lembre-se de que a máscara que tira e tranquilamente descarta, aliviado da proteção fornecida, pode ser uma das muitas causas de morte de diversos animais marinhos. Seja consciente e faça a sua parte para preservar a saúde dos entes queridos e a sustentabilidade do nosso meio ambiente.

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