Clima: Tempo de extremos

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Há muitos significados para a palavra “tempo”, mas aquele que se refere ao clima tem estado “hora a hora” nas bocas do Mundo, e não pelos melhores motivos…

Já Asterix dizia ter medo que o céu lhe caísse em cima da cabeça… E da banda desenhada para a realidade, todos nós de certa forma tememos a instabilidade do clima, com interrogações sobre os fenómenos extremos que o Planeta vive, e até onde e quanto o mar e a atmosfera nos virão ainda surpreender e inquietar…

Grandes vagas de frio ou de calor, inundações e tornados, furacões, quedas súbitas de granizo…
Não se trata já, no convívio social do dia-a-dia, de conversas de circunstância sobre “o tempo que está hoje”, mais ventoso, mais fresco ou ensolarado. Não se pode já compartimentar as estações, esperando de cada uma o tempo como costumava ser.

Hoje começamos de facto a perceber, com crescente apreensão, que os especialistas estão certos quando afirmam que as mudanças climáticas são a maior ameaça ambiental do século XXI, com consequências profundas e transversais a várias áreas da sociedade: económica, social e ambiental.
E sentimo-nos de certa forma responsáveis por isso… – mesmo sem saber ao certo em que medida e como tudo começou, e quais as proporções que poderão tomar, num futuro próximo, os “fenómenos” a que temos assistido…

A História diz-nos que sempre existiram mudanças climáticas desde que o Mundo é Mundo… Mas no último século o ritmo entre estas variações climáticas tem sofrido uma forte aceleração, com ondas de chuvas ou de calor cada vez mais frequentes que afetam o equilíbrio da natureza, a economia à escala global, e cada um de nós, cidadãos comuns, em maior ou menor grau.

 

A recente cimeira climática realizada em Varsóvia chegou a alguns compromissos, como por exemplo o Fundo Verde para o Clima, um financiamento a longo prazo que permita aos países em desenvolvimento lidar com a adaptação às alterações climáticas, apoiar tecnologias menos poluentes e investir em energias renováveis e na eficiência energética.

Mas no rescaldo desta 19ª Conferência ONU Clima, considerada a mais importante a nível mundial, organizações ambientalistas salientaram que os acordos alcançados não são suficientes para evitar o constante aumento das emissões de CO2 à escala global.

O próximo patamar será em Paris, em 2015, na Conferência das Alterações Climáticas da ONU, onde se espera que exista um real compromisso de todos os países do Mundo, no estabelecimento de limites que os vinculem sobre aquelas emissões.

O mar ameaça algumas zonas da costa portuguesa…
A Quercus lembra que “é absolutamente vital que se consiga um entendimento entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento para reduzir as emissões e evitar um maior impacto das alterações climáticas. É preciso que em 2015 haja um novo acordo”.

 

Segundo Francisco Ferreira, dirigente desta organização ambientalista, as alterações climáticas são um dos maiores problemas deste século.
E aponta, como uma das principais preocupações para o nosso país, a subida do nível do mar, “que está a acelerar, causada pela expansão dos oceanos devido ao aumento da temperatura e do degelo, o que poderá vir a destruir 67% das zonas costeiras portuguesas”…

Sobre este alerta, o especialista acrescenta:
“A ameaça ao nosso território é real, dramática, e poderá ter fortes implicações económicas e sociais, pelo que os portugueses deverão estar na primeira linha de defesa de uma política climática ambiciosa a nível mundial.”

Apesar disto, Portugal foi considerado o 3º país com melhor desempenho climático entre os 58 países mais industrializados, ainda que os portugueses não estejam muito informados sobre os impactos que as alterações do clima irão ter nos próximos anos, em várias áreas das nossas vidas…

OS CULPADOS…

Sabe-se que no cerne das alterações climáticas estão os chamados gases de efeito estufa, cujas emissões têm sofrido um aumento acentuado. O CO2 (dióxido de carbono) é o principal gás negativo desses designados de efeito estufa, e que são consequência direta do uso/queima de combustíveis fósseis como o carbono, o petróleo e o gás com fins de produção energética.
É por isso imprescindível reduzir as emissões deste tipo de gases, eliminando progressivamente o uso massivo dos combustíveis fósseis e substituindo-os pelas energias renováveis, fomentando a poupança de energia e eficiência energética.

A atividade humana foi apontada em 2007, por cientistas especializados nesta área e reunidos sob o Painel Intergovernamental de Alterações Climáticas, como sendo a principal causa destas mudanças do clima.
Ao mantermos uma atitude inerte e apática perante esta questão, corremos o risco de sermos expostos a eventos climáticos extremos e imprevisíveis (como os que têm vindo a ser noticiados nos últimos tempos) e com efeitos nefastos para todo o Mundo!

SABIA QUE…

*A temperatura, no século passado, registou um acréscimo de 0,76ºC;
*Em Portugal as temperaturas médias poderão aumentar entre 2 a 3 graus;
*Entre os próximos objetivos a nível mundial está o de que a média global
não ultrapasse os dois graus em relação à era pré-industrial;
*Nível do mar pode subir 82 centímetros até ao fim do século

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