Aprender a viver com asma

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Em tempo de constipações, gripes, sinusites e bronquites, que aumentam o grau de sensibilidade dos asmáticos, todos os cuidados são poucos, para que possam levar uma vida o mais possível normal…

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas, caracterizada pela dificuldade em respirar. Nos indivíduos suscetíveis, esta inflamação provoca episódios recorrentes de pieira, falta de ar, opressão torácica e tosse,
principalmente à noite e de madrugada.

Na asma, determinadas substâncias ou condições – chamadas desencadeantes – originam a inflamação e congestão das vias respiratórias.

Mas as pessoas que sofrem desta doença podem melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida se evitarem o contacto com os elementos que provocam as suas crises. É apenas uma questão de se estar atento a uma
série de conselhos práticos.

Os sintomas de asma são causados pela inflamação e pela broncoconstrição.

A inflamação provoca irritação dos tecidos das vias aéreas, enquanto a broncoconstrição diz respeito ao estreitamento das mesmas. Os sintomas da doença estão habitualmente associados a uma limitação
generalizada, mas variável, do fluxo aéreo que é, pelo menos parcialmente, reversível. E isso tanto espontaneamente, como através de terapêutica.

A asma pode ser ligeira, moderada ou grave. A sua gravidade varia de pessoa
para pessoa e pode variar num mesmo indivíduo, ao longo do tempo. A inflamação causa, também, um aumento da reatividade brônquica a vários estímulos.

Fatores desencadeantes

Apesar de as crises de asma terem um carácter episódico, a inflamação das vias aéreas é crónica.
Além de provocar dificuldades em respirar, a inflamação sensibiliza as vias aéreas, tornando-as híper reativas a diversos estímulos, os fatores desencadeantes das crises.

Estes podem ser alérgenos (como aqueles provenientes de ácaros, animais de pelo, baratas, pólenes e fungos), exercício físico, condições climáticas associadas à poluição e concentração de alérgenos, fumo de tabaco, alguns alimentos e aditivos alimentares, fármacos e infeções respiratórias.

Asma ocupacional

Considera-se asma ocupacional a que se manifesta como consequência da exposição a uma substância ou substâncias no local de trabalho, que podem ser alérgenos ou compostos irritantes, responsáveis por sensibilizar o indivíduo em questão de tal maneira que as reações voltam a aparecer cada vez que
ocorre uma nova exposição.

Pintores, envernizadores, padeiros, criadores de animais, são exemplo dos muitos grupos ocupacionais que estão expostos a substâncias causadoras de asma.

A asma ocupacional é uma ocorrência comum – atinge 5 a 10% da população mundial, taxa que é mais elevada nos países industrializados.

ASMA NAS CRIANÇAS

A incidência de asma nas crianças pode chegar, nalgumas zonas populacionais, aos 30 por cento. A asma é a doença crónica mais importante na idade pediátrica, sendo a principal causa de urgências hospitalares nas crianças e de um elevado número de hospitalizações.

Atualmente é a primeira causa de absentismo escolar, e muitas dessas crianças não participam em atividades físicas escolares ou, se o fazem, estão limitadas e têm uma baixa autoestima e problemas de relacionamento com os
colegas de escola.

Outro problema surge quando a doença não é controlada, levando desnecessariamente a que as crianças não participem em atividades físicas escolares ou que o façam de forma limitada.

Em Portugal, a asma atinge 10% das crianças. Em 80% dos casos, o aparecimento de asma nas crianças dá-se antes dos 3 anos de idade. E mais de 80% dos casos de asma nas crianças são de origem alérgica.

SOBRE O TRATAMENTO

Sendo uma doença crónica, a asma requer um tratamento a longo prazo que assenta, essencialmente, em duas vertentes: tratamento preventivo e tratamento das crises.

O tratamento preventivo baseia-se na evicção dos desencadeantes, como por exemplo evitar o pó doméstico, e no uso de medicamentos que previnam o aparecimento de sintomas.

Atualmente, os tratamentos existentes conseguem controlar a asma de forma eficaz, na maioria dos casos. Contudo, esta continua a ser uma doença sem cura e subdiagnosticada.

O objetivo do tratamento não é alcançado na maioria dos doentes, já que muitos deles julgam que a doença está sob controlo, quando, na verdade, esta limita significativamente as suas vidas.

E um dos principais problemas com que se debatem os médicos no tratamento da asma, como em outras doenças crónicas, é a fraca adesão dos doentes às terapêuticas instituídas, já que têm longa duração, são diárias e por vezes de
difícil manuseamento pelo doente.

Com efeito, a patologia necessita de um tratamento que seja simultaneamente mais simples e mais eficaz, de forma a não interferir com o estilo de vida do doente.
Agradecemos a colaboração da Revista “Saúde e Bem-Estar”.

NOTA:
Na próxima semana continuaremos este tema com informação prática sobre formas de evitar os alérgenos e outros fatores ambientais que podem desencadear a asma. Não percam!

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