Primavera a estação alérgica

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Com a chegada da nova estação surge a rinite sazonal – geralmente conhecida como “febre dos fenos”, e que é causada pela alergia ao pólen. É a bela prima-Vera 🙂 com o seu lado mais “espirrento”, obstrução nasal e olhos lacrimejantes, a pedir medidas especiais quando fora de casa, e limpezas “anti alergias”, no lar.

A primavera já chegou, trazendo algum sol, mas frio, vento forte e temperaturas a descer nos próximos dias, chegando nalgumas regiões às mínimas negativas, “abaixo do que é normal para a época”, segundo o IPMA.

Mas nem por ser uma estação que durante algum tempo ainda “copiará” os rigores do inverno, ela esquece a sua aliança de sempre com o problema das alergias… De facto, apesar de ácaros e fungos possuirem alérgenos a evitar
durante todo o ano, é na primavera que chega o “complemento” dos pólenes em alvoroço, os quais podem deflagar uma rinite sazonal, geralmente conhecida como “febre dos fenos”.

Em foco: rinite sazonal

De forma genérica, rinite é o tipo mais comum de alergia respiratória, afetando 10 a 30% da população mundial, com sintomas que incluem obstrução e secreção nasal, espirros em sequência, comichão no nariz, irritação na
garganta, olhos lacrimejantes…

Mas existem dois tipos de rinite: a perene e a sazonal.

A perene é deflagrada por diferentes alérgenos ambientais, podendo ocorrer ao longo do ano, e a sazonal está associada a alérgenos comuns, com a entrada na primavera.

A chamada “febre dos fenos” é então uma rinite sazonal originada pela alergia ao pólen, sendo mais freqüente na primavera, quando ocorre maior libertação de pólenes, pelas flores.

Ao contrário do que se possa pensar, as principais responsáveis pelas alergias em Portugal não são as plantas com flores exuberantes, mas sim as gramíneas, distribuídas amplamente, não só nas áreas rurais, mas também nas urbanas.

40% dos portugueses são sensíveis ao pólen…

A “febre dos fenos” tem sido muito estudada no Hemisfério Norte, sobretudo nas últimas duas décadas. Cerca de 10% da população do Norte, Centro e Leste da Europa, e mais de 10% no Sul, sofre de doença alérgica induzida por
alérgenos polínicos.

E de acordo com o ISAAC (um estudo global sobre alergias respiratórias), 22% da população pediátrica apresenta alergia ao pólen em todo o mundo.

Designadamente em Portugal, 40% da população alérgica é sensível ao pólen. Estudos indicam que, na maioria dos países industrializados, parte do fenómeno deste aumento das alergias ao pólen em centros urbanos é devido
às emissões de níveis elevados de dióxido de nitrogénio e formação de ozono a partir do tráfego de veículos. Em indivíduos alérgicos, a exposição à poluição do ar atua em conjunto com o pólen, agravando os sintomas da “febre dos fenos”.

O pólen, formado por minúsculos grãos, pode ser facilmente disperso pelo ar.

Uma vez depositado nas mucosas nasais, origina a resposta inflamatória característica da rinite e asma. E com frequência, os pacientes com sintomas da “febre dos fenos” também apresentam conjuntivite alérgica (comichão e
olhos lacrimejantes) associada à rinite.

A influência das alterações climáticas 

O pólen tem-se tornado um grande foco em investigações, especialmente no que diz respeito às mudanças climáticas, devido ao aumento da concentração de gás carbónico na atmosfera e ao aumento da temperatura global, que
podem acarretar mudanças na produção de pólen pelas plantas.

Por exemplo, a floração das plantas na primavera foi antecipada em 6 dias, enquanto no outono foi atrasada em 4,8 dias. Além disso, estudos revelam um aumento da quantidade de pólen e da capacidade em deflagrar alergias em
algumas espécies, pelo aumento da concentração de gás carbónico na atmosfera.

O aumento da temperatura também tem influência no aumento da temporada de produção de pólen.

Prevenir é o melhor “remédio”

Dias quentes, ensolarados, secos e com muito vento são “terríveis” para pessoas alérgicas, por causa da grande quantidade de pólenes em suspensão.

Além dos sintomas incómodos gerados pela rinite alérgica há outros fatores a considerar, tais como perda de produtividade no trabalho e na escola, devido à insónia e à fadiga. Além disso, medicamentos utilizados para controlar a alergia são frequentemente dispendiosos e com efeitos colaterais.

No “saldo”, as despesas com a “febre dos fenos” podem ser, de facto, muito altas.

Para os pacientes que sabem ser alérgicos ao pólen, evitar o seu contacto é sem dúvida a melhor coisa a fazer. Mas como nem sempre é possível, aqui ficam algumas “dicas”:

  • Mantenha fechadas as janelas do seu carro e da sua casa na época da libertação dos pólenes;
  • Se não usar óculos, passe a fazê-lo… – designadamente óculos de sol;
  • Evite lugares ao ar livre, com gramíneas, especialmente à noite;
  • Recorra a um filtro de pólen para o seu carro;
  • Um casa, utilize o Purificador de Ar Airfree. Se possível nos quartos e na sala, mas pelo menos no quarto onde o alérgico dormir.

Além destas dicas, também é importante consultar os boletins polínicos, que mostram a quantidade diária de grãos de pólen na atmosfera.

Site da Rede Portuguesa de Aerobiologia: https://www.rpaerobiologia.com/
Agradecimento:
Dra. Cristiane Minussi – Bióloga, PhD em fungos e bactérias.

Nota:
Os interessados podem conhecer, no nosso site (www.airfree.pt), os vários
modelos que, sobretudo nos quartos de dormir, previnem e aliviam alergias,
para noites mais repousantes.

QUANTO DURA A PRIMAVERA…

Segundo o Observatório Astronómico de Lisboa, o equinócio da primavera acontece este ano no hemisfério norte pelas 16,15h de 20 de março, sendo que a estação se prolonga por 92,79 dias até ao próximo solstício, que ocorre
no dia 21 de junho às 11,07h.
O equinócio, explica o Observatório, é o “instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste”. Quanto à palavra “equinócio”, de origem latina, significa noite com duração igual ao dia.

 

 

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